Fontes do planalto informaram que Temer desconfia de supostas gravações que estariam em poder do ex-deputado Eduardo Cunha, acusado de corrupção na Operação Lava-Jato.
A suspeita surgiu de um encontro com Cunha no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer, em 2016.
Cunha teria ‘alertado’ Temer sobre certas parcerias dos dois no passado.
O presidente teria reagido às indiretas do deputado, segundo relato uma pessoa ligada a um assessor do peemedebista.
A ligação entre os dois não é algo recente. O político Ciro Gomes já se denunciou várias vezes que a dupla atuava em conjunto.
De acordo com Ciro, Cunha comercializava leis sob as “bençãos” de Temer, presidente da Casa entre 2009 a 2010.
Para piorar ainda mais as coisas, em dezembro de 2015 o PRG Rodrigo Janot chegou a reunir provas em que Michel Temer (PMDB) teria recebido R$ 5 milhões do dono da OAS, José Adelmário Pinheiro, um dos empreiteiros condenados no escândalo de propinas da Petrobras.
Em uma troca de mensagens via WhatsApp entre Pinheiro e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aparece uma “menção” em que Cunha reclama que o empreiteiro pagou a Temer e deixou “adiado” o repasse a outros líderes do PMDB.
Eduardo Cunha questionou o dono da OAS por ter pago R$ 5 milhões para Temer e deixado o resto da ‘turma’ a ver navios, afirmou o PGR, conforme a reprodução feita no documento assinado pelo ministro do STF, Teori Zavascki.
NOTA DA REVISTA VEJA PUBLICADA EM JANEIRO DESTE ANO
Um interlocutor de Eduardo Cunha saiu apavorado de uma conversa recente com o político. Bem ao seu estilo, em que recobre a megalomania com tonitruâncias, o ex-presidente da Câmara repetiu uma ameaça feita há meses: “Eu vou para a cadeia, mas não vou sozinho”.